Na última quinta-feira (13), a Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra) e a mineradora Vale deram um pontapé inicial na Bionow, futura produtora de biocarbono de alta densidade. o conglomerado japonês Oji Holdings Corporation, que controla a Cenibra anunciou a assinatura do acordo em reunião ocorrida na última terça-feira (11).
O início da produção da planta está previsto para começar em 2027 no Distrito Industrial III em São Gonçalo do Rio Abaixo após tratativas iniciadas há aproximadamente um ano, segundo revelado pelo Prefeito Raimundo Nonato Barcelos o “Nozinho”, que manteve as conversações em caráter sigiloso até a presente data.
Por se tratar de tecnologia pioneira que objetiva a descarbonização na siderurgia, o volume de recursos aportados para investimento na primeira unidade da Bionow, ainda não foi revelado. De acordo com informações, a empresa deverá construir outras plantas nos mais diversos locais, se o segmento que promete ser promissor, confirmar boa demanda pelos produtos que serão fabricados.

O biocarbono de alta densidade vem ganhando espaço como alternativa para siderúrgicas que buscam diminuir a dependência de combustíveis fósseis como o carvão mineral importado pelo Brasil. Além de fornecer uma fonte de calor estável, ele atua como agente redutor nos processos industriais, contribuindo para a descarbonização e para a queda nas emissões de gases de efeito estufa.

A joint venture pretende instalar em Minas Gerais uma planta dedicada à produção desse material, utilizando eucalipto certificado pelo FSC. A madeira será fornecida pela empresa de celulose envolvida no projeto.
“Este investimento marca um passo estratégico para a concretização de um futuro positivo para a natureza, por meio da entrada no mercado de biocarbono, que deverá reduzir o impacto ambiental e apresentar um crescimento significativo”, afirmou a Oji Holdings.
Análise
Num contexto de redução do uso de papel nas mais diversas atividades humanas, a Cenibra por meio de seu grupo controlador, busca encontrar novos mercados para encaixar sua principal matéria-prima, o eucalipto.
Por outro lado, a Vale precisa ampliar a longevidade nas comunidades onde atua como também aumentar seu senso de contribuição para o desenvolvimento sustentável brasileiro e global.
Parcerias como essas devem virar rotina, principalmente quando se trata de segmentos que envolvem diretamente o meio ambiente e a diversificação econômica de municípios hoje mineradores.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o fator logístico. São Gonçalo está localizado às margens da rodovia BR-381 que será totalmente duplicada até a capital mineira, além de ser servida por ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória a Minas, a mais importante ferrovia brasileira e que também serve para abastecer de insumos e escoar a produção das principais plantas siderúrgicas do estado de Minas Gerais, localizadas no Vale do Aço e região de Ouro Branco. Outro aspecto que deve ser levado em consideração, é que o município são gonçalense está situado no ponto central das plantações de eucalipto da Cenibra.
A gestão pública do prefeito Nozinho, não demonstra oferecer resistência política para a instalação de investimentos industriais no município, ele tem sido extremamente solícito no relacionamento com interessados em investir em São Gonçalo. O mandatário em seu segundo mandato tem dedicado esforço em construir ambiente propício para a atração de novos negócios, recentemente, foi inaugurado o novo trevo de acesso pela BR-381, inauguração do terceiro distrito industrial, implantação do Instituto Federal de Ensino Técnico e da ampliação da unidade do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

