26 novembro 2025

França e Canadá consideram estratégico para suas economias projeto de terras raras no sul de Minas

Agências de fomento estatal dos dois países enviam carta de intenção prometendo investir 100 milhões de dólares até o ano que vem.

Share

A Export Development Canada (EDC) enviou um protocolo de intenções para a Viridis Mining and Minerals, sinalizando a liberação de um empréstimo de 100 milhões de dólares, com o objetivo de apoiar a implantação do Projeto Colossus, voltado à extração de terras raras em Poços de Caldas, no Sul de Minas.

De acordo com informações levantadas pelo Diário do Comércio, o documento encaminhado à mineradora busca abrir caminho para o fornecimento de máquinas e equipamentos por empresas canadenses, além de outros serviços relacionados a esse novo segmento do mercado extrativista mineral. A conclusão do investimento ainda depende de avaliação interna, que poderá ocorrer após análises de condições e da devida diligência da instituição de fomento canadense.

Nessa etapa de oferta de crédito, no último dia 10, a startup de mineração mineira também recebeu uma carta não vinculativa da Bpifrance Assurance Export, confirmando que a futura mina brasileira poderá integrar o Programa de Garantia Estratégica (GPS) da França.

A garantia da agência francesa para o financiamento do empréstimo sênior ao projeto será limitada a 50% do valor de offtake (operação vinculativa de compra e venda) em outro banco, o que pode coincidir com uma eventual parceria com a instituição canadense. A estatal ainda deverá analisar a capacidade de cumprimento do contrato vinculativo e realizar a diligência necessária para verificar a conformidade do investimento com os padrões da instituição europeia.

Empresa projeta financiamento integral do Colossus até meados de 2026

O respaldo dos governos do Canadá e da França é visto pela mineradora como peça-chave para viabilizar o capex do projeto. De acordo com o gerente da operação no Brasil, Klaus Petersen, o investimento destinado à fase de desenvolvimento deve ficar próximo de US$ 400 milhões.

A empresa pretende definir a decisão final de investimento no terceiro trimestre de 2026. Segundo Petersen, a Viridis segue empenhada em atrair novos aportes e espera que, até a metade do próximo ano, o Colossus esteja totalmente financiado a partir da expectativa de que contratos de venda futura da produção também já estejam firmados até lá.

Apoio brasileiro ao projeto

Segundo o gerente da Viridis no Brasil, a companhia negocia aportes tanto com fundos internacionais quanto nacionais para fechar o capex do Colossus, embora as tratativas mais avançadas estejam, de fato, com a EDC e a Bpifrance. A previsão é que o empreendimento entre em operação em 2028.

Ele afirma que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participa do processo, mas exige garantias — condição que poderá ser atendida pelo banco francês. Petersen destaca ainda que a mineradora foi selecionada para receber US$ 30 milhões do fundo BNDES-Vale, administrado pela Ore Investments e pela Régia Capital. O contrato deve ser assinado em breve, e os recursos serão destinados à conclusão do estudo de viabilidade e à construção da planta-piloto de carbonato de terras-raras.

 

Leia mais

Destaques