A Export Development Canada (EDC) enviou um protocolo de intenções para a Viridis Mining and Minerals, sinalizando a liberação de um empréstimo de 100 milhões de dólares, com o objetivo de apoiar a implantação do Projeto Colossus, voltado à extração de terras raras em Poços de Caldas, no Sul de Minas.
De acordo com informações levantadas pelo Diário do Comércio, o documento encaminhado à mineradora busca abrir caminho para o fornecimento de máquinas e equipamentos por empresas canadenses, além de outros serviços relacionados a esse novo segmento do mercado extrativista mineral. A conclusão do investimento ainda depende de avaliação interna, que poderá ocorrer após análises de condições e da devida diligência da instituição de fomento canadense.
Nessa etapa de oferta de crédito, no último dia 10, a startup de mineração mineira também recebeu uma carta não vinculativa da Bpifrance Assurance Export, confirmando que a futura mina brasileira poderá integrar o Programa de Garantia Estratégica (GPS) da França.
A garantia da agência francesa para o financiamento do empréstimo sênior ao projeto será limitada a 50% do valor de offtake (operação vinculativa de compra e venda) em outro banco, o que pode coincidir com uma eventual parceria com a instituição canadense. A estatal ainda deverá analisar a capacidade de cumprimento do contrato vinculativo e realizar a diligência necessária para verificar a conformidade do investimento com os padrões da instituição europeia.
Empresa projeta financiamento integral do Colossus até meados de 2026
O respaldo dos governos do Canadá e da França é visto pela mineradora como peça-chave para viabilizar o capex do projeto. De acordo com o gerente da operação no Brasil, Klaus Petersen, o investimento destinado à fase de desenvolvimento deve ficar próximo de US$ 400 milhões.
A empresa pretende definir a decisão final de investimento no terceiro trimestre de 2026. Segundo Petersen, a Viridis segue empenhada em atrair novos aportes e espera que, até a metade do próximo ano, o Colossus esteja totalmente financiado a partir da expectativa de que contratos de venda futura da produção também já estejam firmados até lá.
Apoio brasileiro ao projeto
Segundo o gerente da Viridis no Brasil, a companhia negocia aportes tanto com fundos internacionais quanto nacionais para fechar o capex do Colossus, embora as tratativas mais avançadas estejam, de fato, com a EDC e a Bpifrance. A previsão é que o empreendimento entre em operação em 2028.
Ele afirma que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participa do processo, mas exige garantias — condição que poderá ser atendida pelo banco francês. Petersen destaca ainda que a mineradora foi selecionada para receber US$ 30 milhões do fundo BNDES-Vale, administrado pela Ore Investments e pela Régia Capital. O contrato deve ser assinado em breve, e os recursos serão destinados à conclusão do estudo de viabilidade e à construção da planta-piloto de carbonato de terras-raras.

