Líderes do Espírito Santo e de Minas Gerais propõem a criação de um contorno ferroviário ligando Itabira a Vespasiano (MG), conectando a Ferrovia Vitória–Minas à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
O OBJETIVOS PARA OS ESTADOS
O objetivo capixaba é integrar os portos do Espírito Santo ao agronegócio do Centro-Oeste, ampliando o escoamento de grãos e cargas. Para Minas Gerais, o projeto representaria uma nova rota de exportação para a produção mineral, entre outros produtos, especialmente das regiões metropolitana de Belo Horizonte e de Conceição do Mato Dentro, hoje grandes polos produtores de minério de ferro.
O novo traçado também tem potencial para impulsionar o mercado logístico de Itabira e do Vale do Aço, criando uma conexão ferroviária adicional com a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, pode se tornar uma alternativa estratégica à BR-381, cujo trecho entre Caeté e Belo Horizonte ainda está em pista simples e com duplicação prevista apenas para 2026.
O contorno substituiria o trajeto originalmente proposto pela Serra do Tigre — com mais de 450 km — por uma rota mais curta, técnica e economicamente mais viável, reduzindo custos de implantação e operação.

AVANÇA A PROPOSTA
A proposta integra as negociações da renovação da concessão da FCA, cuja validade expira em agosto de 2026. Segundo o jornal A Gazeta a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) está avaliando as propostas feitas pelos governos do Espírito Santo e Minas Gerais para a construção do contorno ferroviário de Belo Horizonte em substituição ao da Serra do Tigre. Essa alternativa é um pedido dos Estados para ser realizada a renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI, até 2056.

Durante evento no Estado para liberação de um trecho de sete quilômetros de duplicação da BR 101 entre Guarapari e Anchieta, o diretor da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, afirmou que renovação da FCA está atualmente em fase de refinamento na agência, ressaltando que ainda há tempo hábil para analisar os pedidos dos Estados antes da decisão final.
“Nós estamos refinando o trabalho, vendo que está aderente e o que precisa melhorar para mandar pro Tribunal de Contas da União. Estamos dialogando com a concessionária e com os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo para ver a melhor forma de endereçar esse anseio”, afirmou Sampaio, sobre incluir os pedidos dos Estados na avaliação final da renovação do contrato.
INICIATIVA
A iniciativa é resultado da articulação entre os deputados Da Vitória (ES) e Igor Timo (MG), que defendem o alinhamento entre os dois estados para viabilizar esse investimento estratégico.
A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) possui 7,2 mil quilômetros de extensão e atravessa Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

Fontes: Folha Vitória / A Gazeta / O Tempo

