22 outubro 2025

Mercado Imobiliário: Trabalhadores e aposentados da Vale terão financiamento habitacional exclusivo via Valia

Programa atende reivindicação antiga dos trabalhadores e oferece crédito facilitado para aquisição da casa própria com apoio da fundação

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A mineradora Vale anunciou, nesta sexta-feira (3), o lançamento do Programa de Financiamento Imobiliário Casa Própria, que será administrado pela Fundação Vale de Seguridade Social (Valia). A iniciativa, que atende a uma demanda apresentada desde 2021 pelo Sindicato Metabase de Itabira e Região, representa um avanço significativo na ampliação dos benefícios oferecidos aos empregados da companhia e aos assistidos da Valia.

O programa integra o Programa Institucional Bem-Estar e contempla condições diferenciadas para aquisição de imóveis, atendendo trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas com idade de até 80 anos.

De acordo com o presidente do Metabase Itabira e Região, André Viana Madeira, que também representa os empregados da Vale no Conselho de Administração da empresa, o lançamento é resultado de uma negociação de longo prazo. “Essa é uma vitória dos trabalhadores. Lutamos por isso há muito tempo e agora conseguimos consolidar esse direito tão importante”, afirmou.

Viana ressaltou que, apesar das vantagens, o financiamento exige análise individual de fatores como tempo de empresa, remuneração e saldo de contribuição à Valia. “É necessário que os trabalhadores façam suas simulações e pesquisem o melhor momento e oportunidade. A proposta oferece segurança, mas cada caso deve ser avaliado com cuidado”, alertou o sindicalista.

Segundo ele, o programa reforça o compromisso de garantir bem-estar e qualidade de vida aos empregados. “Nossa luta é acolher o trabalhador com benefícios que assegurem a realização desse sonho sem comprometer o orçamento familiar, para que se torne de fato mais um fator de bem-estar social e qualidade de vida”, completou.

Condições do programa

O Programa Casa Própria oferece prazo de financiamento de até 360 meses (30 anos) e valor máximo financiável de R$ 1 milhão por imóvel, com cobertura de até 90% do valor total — acima da média de 70% praticada no mercado. As parcelas serão pagas por boleto bancário.

As taxas de juros variam entre 7,8% ao ano + IPCA (modalidade regular) e 7,4% ao ano + IPCA (modalidade reduzida), esta última disponível para quem optar por destinar 35% da sua Participação nos Lucros e Resultados (PLR) à amortização anual do saldo devedor. O uso do FGTS será permitido para entrada, amortização ou quitação do contrato, conforme as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

A Valia oferecerá suporte administrativo completo aos participantes, auxiliando na documentação e simplificando os trâmites burocráticos. “Esse suporte será um diferencial em relação aos financiamentos convencionais oferecidos por bancos”, avaliou André Viana.

A fundação também atuará com foco na educação financeira, orientando os beneficiários para decisões de crédito mais conscientes, especialmente nas cidades fora das capitais, onde o acesso a financiamentos imobiliários costuma ser mais restrito.

Cronograma de implantação

As informações detalhadas sobre o programa estão disponíveis no site www.valia.com.br. O portal também disponibiliza um simulador para cálculo do valor financiável e das parcelas.

A fase inicial de contratação terá início em 15 de outubro, em caráter piloto, nas cidades da Região Norte, e será ampliada para as demais localidades de atuação da Vale a partir de dezembro.

Contexto e importância

O lançamento do programa ocorre em um momento de retração do mercado imobiliário, marcado por restrições de crédito e aumento das taxas de juros. Recentes mudanças nas condições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), operado pela Caixa Econômica Federal, elevaram os custos e os valores mínimos de contratação, impactando especialmente os trabalhadores de menor renda.

Nesse cenário, o programa da Vale se apresenta como uma alternativa competitiva e acessível. Ainda assim, André Viana reforçou a importância da cautela. “É fundamental realizar todas as simulações necessárias, considerando inclusive a alta da taxa Selic, para evitar comprometer a renda familiar”, destacou.

Resgate histórico

A iniciativa remete a práticas da antiga Fundação Vale do Rio Doce (FVRD), que nas décadas de 1970 e 1980 promovia o acesso à moradia por meio de empréstimos subsidiados, facilitando a construção de bairros como o Amazonas, em Itabira.

“Não reivindicamos que a Valia construa casas, como fazia a FVRD. O que agora conseguimos é uma linha de crédito facilitada, subsidiada e de longo prazo”, explicou Viana.

Para ele, o novo programa fortalece o vínculo entre empresa e empregados, ao oferecer condições que contribuem para a segurança e estabilidade familiar.
“Esse subsídio é fundamental para melhorar as condições de vida e a satisfação de trabalhar em uma empresa que apoia essa justa, legítima e necessária aspiração de seus empregados”, concluiu.

Informações: Acom/Metabase

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